ALIQUID NOVI

Edição e reimpressão

Versão, edição e nova edição.

Quando um autor concebe uma obra resulta uma versão que é publicada num determinado formato, por exemplo, num livro em papel. A esta publicação damos o nome de edição. Individualizada através das suas marcas impressas e físicas, é registada a partir de determinados elementos uniformes, de acordo com a norma.

Muitas vezes, uma obra é novamente publicada, resultando uma nova edição. Neste caso deve-se fazer novo registo, mesmo que nos pareçam iguais. É obrigatório distinguir as diferentes edições, devendo-se repetir o que têm em comum e apontar o que têm de diferente.

Acontece com frequência que de uma determinada obra resultem várias edições: o título é o mesmo, o autor é o mesmo, mas os textos foram impressos a partir de matrizes diferentes e podem conter diferenças entre si, por vezes significas. Um leitor pode pretender consultar as diferentes versões de uma determinada obra e um catálogo pode-lhe dar a informação sobre a sua existência na coleção da biblioteca consultada.

Não confundir edição com reimpressão.

Quando no documento consultado estiver registado que é apenas uma nova impressão e não nova edição, não se deve fazer nova entrada no catálogo porque, em princípio, não houve alterações significativas.

Muitas vezes, os editores mudam as capas, parecendo haver nova edição, mas não passa de uma mera reimpressão. Por isso é que a informação sobre o item deve ser procurada na folha de título e nas páginas imediatamente anterior e posterior, e não na capa.

Origem da nomenclatura

Esta distinção resulta da antiga tecnologia de impressão. para se imprimir uma publicação, os impressores compunham os textos com os caracteres em chumbo em enormes tabuleiros. Depois de impresso, os mesmos caracteres seriam usados para outra publicação, desmanchando-se o trabalho feito.

Se o editor quisesse fazer uma nova impressão da obra, o impressor teria de fazer todo o trabalho de composição outra vez. Muitas vezes, o autor, ou alguém por ele, introduzia alterações, ou o impressor enganava-se, entre outras peripécias, e a nova edição já não era igual à primeira. Há obras importantes que sofreram grandes modificações nas primeiras edições, sendo que um dos trabalhos dos especialistas em literatura, por exemplo, seja o de fixar um texto definitivo.

Numa reimpressão, o impressor guardava a primeira composição sem alterar significativamente (às vezes corrigiam-se uns erros) e limitava-se a imprimir novamente mais uns quantos exemplares.

Com as modernas tecnologias digitais (o tabuleiro de caracteres é, hoje, um simples ficheiro informático) poder-se-ia pensar que esta nomenclatura estaria obsoleto, mas não é o caso. Os mais observadores constatam que os livros escolares, por exemplo, embora com capas diferentes, não se alteram em nada no seu interior de um ano para o outro. Só o preço…

Para quê distinguir as diversas edições de livros?

É importante distinguir as diversas edições de livros, porque de uma para a outra pode haver alterações significativas. Há manuais académicos muito conhecidos que conheceram dezenas de edições, os primeiros autores até já morreram, vão sendo atualizados, acrescentados, alguns temas são suprimidos, mas continuam a ter grande aceitação por serem fontes de informação com reconhecida qualidade.